
O filme
aborda o mais importante ritual da etnia kaingang, o Kiki, realizado em 2011 na
aldeia Kondá, no oeste catarinense. Com uma abordagem cronológica são mostrados
os preparativos na mata e na aldeia. A expectativa dos mais velhos que queriam
vivenciar um ritual completo, como há muito não era feito, e dos jovens que
nunca haviam participado do Kiki. A construção das casas na mata para receber
os rezadores, a chegada dos pajés, a escolha da araucária, cujo tronco serviu
de cocho para a bebida, as orações, a preparação da bebida que levou mais de
dez dias para ficar pronta, a pintura das marcas nos rostos dos kaingang,
definindo as duas metades: kamé e kainru-kré.
A
realização do ritual do Kiki na Aldeia Kondá foi uma tentativa de revitalizar e
fortalecer o dualismo Kaingang que se manifesta na divisão deste povo em duas
metades exogâmicas. Atualmente, esse tipo de manifestação cultural somente é
registrado como parte das comemorações da semana do índio. A realização do
ritual do Kiki de forma real e completa, além de resgatar uma parte da cultura
kaingang, possibilita mostrar outras situações cotidianas da população kaingang
do oeste catarinense. A língua kaingang, por exemplo, ainda hoje representa um
importante signo dessa cultura, demonstrando que os indígenas mantém sua
identidade apesar da violência do contato com outras etnias.
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